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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Gustão, o enlouquecido



Augusto. Gustão.
Tem a pele muito branca, os olhos muito azuis.
A barba por fazer, o casaco surrado e um andar decidido. Parece mesmo saber por onde vai,  mas não sabe. Gustão enlouqueceu.
Antes, bem antes, era um jovem boa praça, bonito e disputado pelas mulheres.
Gustão era esportista, jogava bola e tinha muitos amigos.
E era, como eu, funcionário público.
A vida lhe corria tranquila e o destino parecia lhe acenar com metas já definidas: um dia, se casaria com uma das mulheres que ele mesmo poderia escolher, teria filhos e quem sabe um cão. Ou um passarinho, ou um bicho qualquer.
Uma casa para onde voltar todos os dias após o expediente, uma mulher para acariciar e amar.
Uma janta para jantar, um lar para sustentar. Uma parede para furar, uns quadros para pendurar, um quintal para varrer. Uma família para chamar de sua.
E nessa altura da vida, onde éramos todos jovens e cheios de planos, houve um intervalo.
Anos sem nos vermos, sem nos encontrarmos. Apesar de trabalharmos na mesma Prefeitura, são muitos prédios e muitas distâncias a separar os funcionários.
Um dia, Gustão reaparece mudado. Magro demais, barbudo demais, etéreo demais.
A cabeça parecendo uma nuvem, inalcançável.
As frases são curtas. Pede um cigarro e vai-se embora. Mas deu de voltar sempre, quase que diariamente, pedindo sempre mais cigarros.
Entendemos tudo: Gustão enlouqueceu. Perdeu a noção, surtou.
Conserva algumas recordações: jogava bola com o Fernando, nosso amigo.
Mora com a Gracinha, sua irmã. Tem que voltar para casa ao meio-dia. 
Toma remédios. Fuma. Gosta de sentar na praça.
E bebe o café que lhe oferecemos como se fosse o último do mundo: o líquido precioso acabou e lhe ofereceram o último gole. Segura o copo plástico com as duas mãos, bebe devagar e concentrado.
E quando acaba, vira as costas e parte. Como se soubesse para onde vai, como se tivesse uma mulher a lhe esperar, uma casa para arrumar, uns quadros para pendurar.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Meus próprios alfinetes




Quem costura sabe da importância dos alfinetes.
Além da utilidade, a gente quer belezura, certo? Em tudo na vida e nos alfinetes, também.
Com agulhas que não uso e que sempre vem aos montes quando compramos kits onde só uma ou outra nos interessa, colei botõezinhos e pronto. Tenho novos e originais alfinetes, feitos por mim e para mim.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Caminha de pet










Fiz uma  nova caminha. Não é outra caminha para a Mafalda, não. Esta vai para o Scooby, cachorro do meu sobrinho Matheus.
Acontece que dona Mafalda não se conteve em ver cama tão novinha e fofa no chão. Quis logo experimentá-la, cheirá-la, e se deixasse, até uma sonequinha ela tirava por ali mesmo.
Entrou pela lateral, tropeçou, caiu no fofo, pensou em sair mas viu que por ali estava bom demais e foi querendo ficar.
Este modelo de caminha foi muito aprovado por ela. A dela, que mostrei aqui, é o seu xodó.
Pensei que ela até poderia destruí-la em suas reinações de filhote mas, que nada! Adora seu cantinho e até agora está bem conservada.
Com o frio, instalei um cobertorzinho e ali ela parece ter bons sonhos. E é para onde leva seus brinquedos favoritos. Costura aprovada pela cliente mais exigente aqui de casa!!!!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Bolsa de compras com a técnica do origami (com tutorial muito fácil)






Se você, como eu, tem aí meio metro de tecido comprado por comprar, só porque adorou a estampa, está apta a fazer hoje mesmo esta bolsa de compras. Ou pode ser bolsa bolsa mesmo, de usar todo dia e levar o mundo nos ombros.
Já gostei muito de bolsa molinha como essa, sem nenhuma divisão por dentro. Jogava as coisas dentro e saia por aí, feliz e leve. Hoje, as contas e as tralhas que levo me pedem uma bolsa com mais bolsos ou repartições, para levar tudo com um mínimo de ordem.
A técnica usada nela é o Origami. É divertida e rápida de fazer e basta ter o tecido, linhas, alfinetes, coisas bem básicas de costura.
Na minha, coloquei viés nas bordas. Poderia dizer que foi um capricho a mais meu mas, seria mentira. Não li direito as instruções e deixei de fazer uma barrinha que daria um acabamento simples e eficiente. Então, consertei colocando um viés que também já tinha e combinava muito bem.
Se você tem um tempinho livre e quer se achar o máximo de rapidez e eficiência, bora fazer esta bolsa. E já saia amanhã mesmo para bater perna com ela.
Aprendi aqui, ó.

Tapete de bazar suplica adoção e eu escuto!






   A história não é bem assim como o título sugere: ele estava lá, no bazar, exposto para venda.
   Eu é que me declarei, sabe-se lá quando, a salvadora das peças lindas prontas para serem adotadas.
   Então, nem que o objeto em questão não me sirva lá muito bem, ou não caiba graciosamente na minha sala, levo logo para casa para que a peça não caia em qualquer casa, onde não saberão lhe dar o devido valor. É o raciocínio de alguém normal, adulto e pronto para as mazelas da vida já bem vivida? Não, né!    Mas essa sou eu. E juro às vezes me canso de mim mesma, a sério. Mas é que são poucas essas vezes, e as loucuras que faço em brechós e bazares geralmente terminam bem. Por isso, me perdoo ter comprado esse belíssimo tapete, totalmente bordado à mão, em ponto arraiolo. Ele foi feito em 1983, pela Casa Caiada, conforme informa um bordado no verso dele.
   Nas fotos pode-se observar que ele está amassado mas é de ficar enrolado em casa. Nada que alguns dias esticados em solo não lhe devolva a graça natural.
   Porque eu sai direto do bazar para a lavanderia, onde gastei mais do que para comprá-lo. Ficou mais caro lavar o danado do que comprá-lo! Pode? 
   E dias depois, quando ele chegou limpo e cheiroso, é que fui experimentá-lo na minha sala. Resultado: não gostei! Adoro minha sala e adoro o tapete novo mas sabe quando não dá liga? Quando os santos não batem? Foi assim.
   Como não me dou por vencida facilmente (às vezes até dou mas não quero admitir aqui, tá?) fui tentar ajeitá-lo sob a mesa de jantar: qual o quê! Fica grande demais (tem 2,00 x 2,70m) e invade o espaço da sala de estar, ficando exposto só o suficiente para alguém tropeçar. 
   Sendo assim, enrolei meu achado lindo e  como não tenho onde guardá-lo, ele descansa ao lado da minha cama, no chão, à espera de novas aventuras.
 

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