Quem sou eu

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Piracicaba, SP, Brazil
Sou casada, tenho um filho, amo viver, adoro trabalhos manuais, música, filmes, antiguidades etc.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sexta


À espera do telefone tocar
da visita chegar
da flor abrir
da roupa secar
da sexta-feira nascer
pro coração esquentar
o tempo favorecer
e o amor, calmo, acontecer.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu desconfio de caderno de receitas muito limpo



Andei lendo o caderno de receitas da minha vó Isabel, que herdei (a foto é do meu, não do dela).
Folheando as páginas amareladas, algumas delas bem manchadas (é o mínimo que se espera de um caderno de receitas) fiquei pensando que as receitas que vamos acumulando ao longo da vida são de coisas que gostaríamos de COMER, não necessariamente FAZER.
Vejo as minhas muitas receitas guardadas e percebo ali a pessoa que eu gostaria de ser, mas não sou! Tanta coisa que eu queria fazer e não faço, tanta coisa que eu queria comer e não como.
No caso da minha querida vó, vejo a pessoa de gosto fino que ela era. São tantas carnes com vinho, creme de leite fresco, cristal de lima, tortas finas, sorvetes especiais, um interessante Rocambole de Bombocado (esse eu JURO q vou fazer), coisas deliciosas e cheias de boa vontade.
Mas, na prática, ela era como as outras avós: tinha suas especialidades mas não era todo esse cardápio enorme de opções. Fazia coisas deliciosas, um pavê de chocolate inesquecível, mas das carnes com vinho eu não lembro.
Penso q sou assim também. Tenho um acervo grande de receitas que venho juntando desde a adolescência. Algumas eu fiz, outras apenas admirei, todas eu gosto de ler.
Às vezes, sem nada de novo prá ler, pego um dos meus livros de receitas e viajo.
As receitas e suas execuções foram marcando minha vida, como as músicas. Através delas lembro exatamente o que sentia em certa época.
Outro dia fiz este aparentemente simples bolo, com receita da D.Therezinha, minha sogra.
Prá mim, o detalhe chique é que fiz com ovos caipiras que o Dito traz do sítio dele.
Ficou tããããão bom!
Ele gosta tanto das galinhas dele que elas capricham nos ovos!
E eu, bato bolo...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ismael

Esse é o meu andarilho favorito.
Uma figura já tradicional no centro da minha cidade.
Ouvi comentários que ele havia sido padeiro e que era muito elegante, só usava terno branco.
Vocês acham que eu ia ficar na curiosidade?
Como eu trabalho num jornal e como ele vem buscá-lo de vez em quando, não deu outra.
Armei a tocaia! Um dia, quando ele chegou, perguntei:
-É verdade que o senhor foi padeiro?
Ele me olhou de cima a baixo e respondeu, orgulhoso:
- CONFEITEIRO!
Toma, xereta! (pensei de mim mesma)
Mas, criamos um vínculo sutil, não declarado.
Outro dia, logo depois da hora do almoço, eu estava na porta quando ele chegou. Violão numa mão, garrafa de pinga na outra.
Perguntou se meu filho estava bem (eu nem sabia que ele sabia que eu tinha filho!).
Tomou acento na calçada, acomodou o violão no colo e tocou e cantou a tarde inteira. Detalhe: ele só tem o dedão da mão direita! E é destro!
Se serenata acontece à noite (no sereno), acho que fui vítima de uma "tardenata" (gostaram da palavra nova?)
Bem, o que eu queria mesmo ressaltar é o quanto as pessoas podem nos surpreender e, mesmo sendo tão diferentes, nos agradar.
Abaixo todos os preconceitos!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Chuva


Uma boa chuva envolve todos os nossos sentidos.

Antes, vemos o céu se escurecendo e sentimos o vento bagunçando nossos cabelos e crispando nossa pele.

Aí, sentimos o cheiro que vem anunciando a chuva: é engraçado como ele a precede (acho que é porque chove em outro lugar, antes).

Quando enfim ela desaba, é um misto de sensações, aromas, arrepios, toques molhados...

Talvez por eu gostar tanto de chuva, me vem uma alegria explosiva como os trovões e uma vontade de ser generosa (penso que é assim quando a gente está satisfeito).

Pena que essa mesma chuva que me traz tantas sensações boas por vezes cause tanto estrago...


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eu quero uma casa no campo












Domingo, 11/10.
Almoço ao pé da serra de São Pedro, num restaurante com um grande fogão a lenha.
O lugar tem muito do que eu gosto: simplicidade elegantemente caipira, mato, verde de encher os olhos e entorpecer a cabeça.
Daí que volto a dizer: EU QUERO UMA CASA NO CAMPO!
Será que se eu parar de comprar sapato, roupa e tanto apetrecho de cozinha eu consigo?
Isso seria em que ano, hein?!
Alguém se habilita? Ninguém tem um sítio esquecido e está a procura de uma herdeira cheia de boa vontade?
TÔ AQUI!!!!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Irmã mais nova


Esta almofadinha fiz de presente prá minha irmã mais nova (e bota mais nova nisso: 16 anos de diferença!) .
Outro dia foi aniversário dela e tome presente da irmã aspirante a costureira. Há um detalhe feito em ponto cruz graças à minha mãe, que essa arte eu não domino. Aliás, toda a inspiração prá almofada veio do bordadinho em tons de lilás. Achei o resultado bem legal e suave. Parece que a aniversariante gostou...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Novo de novo


Acho bárbara a ideia de se reaproveitar as coisas, principalmente quando o novo uso não tem nada a ver com o anterior.

Esta lata de manteiga Aviação virou um lindo vasinho já que o original, de cerâmica, se quebrou.

Este novo vaso não quebra, se amassar dá prá arrumar e ainda é bonito (além de tudo combinou com as florzinhas).

Acho que valeu a pena.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Raridade


Não é uma raridade, hoje em dia?
Um conhecido meu conta que na sua infância, qualquer reuniãozinha contava sempre com um acordeon.
Aniversário, então, não era completo sem um acordeon prá alegrar a festa.
Essas tradições de cidade pequena estão morrendo por aqui.
Mas, felizmente, há alguns movimentos na cidade tentando preservar nossa identidade caipira (com orgulho!)
Piracicaba é berço de grandes pintores, escritores, seresteiros, pescadores, patchworkeiras (hehehe), fazedores de rede de pesca, contadores de causos etc.
E temos um rio! Eu amo minha cidade!
Há uma lenda sobre o nosso rio: diz que todo dia o salto do nosso rio faz um minuto de silêncio. Quem perceber esse momento mágico pode fazer um pedido que ele se realizará.
Vamos "escutá-lo"?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Parabéns prá nós: ele nasceu!



Eu tenho um filho. E ele fez 15 anos ontem.
O tempo passou muito rápido e a memória do dia em que ele nasceu é ainda bem fresca.
Na véspera eu tive medo, apesar da gravidez super tranquila.
O parto é uma das coisas que não tem como se escapar quando o bebê já está bem crescido em nosso ventre: não é uma opção, vc tem que passar por isso prá ter seu filho nos braços.
Passei a madrugada em claro e confesso que pensei em fugir.
Tolice! Minha barriga iria comigo onde quer que eu fosse.
Pensei em pedir carona prá algum caminhoneiro, na estrada. Quem iria levar eu e a minha barriga? Até onde eu iria?
Não sei do que queria fugir: o filho era planejado, gerado com amor e esperado ansiosamente. Deve ter sido culpa dos hormônios, só pode ser!
Bem, quando ele nasceu eu chorei de alegria mas senti que naquele 05 de outubro que uma ferida se abriu em mim e que não cicatrizaria nunca.
É que daquele dia em diante fiquei fragilizada por esse amor sem fim que tenho por ele. E percebi, claramente, que quando ele sofrer eu sofrerei muito mais, quando ele chorar eu tamém chorarei e, se por ventura, lhe fizerem algum mal, eu serei mais atingida ainda.
Mas, amar de verdade é assim mesmo.
Todo ano, por essa época e desde que ele tinha 1 ano, eu lhe escrevo uma carta contando o que aconteceu com ele e nossa família naquele ano. Conto quem são seus amigos, as coisas da escola, suas brincadeiras favoritas, suas músicas, coisas assim.
Quando ele tiver 18 anos lhe entregarei todas essas cartas. Elas são escritas sem rascunho, de forma bem espontânea. Não vale eu ficar relendo e corrigindo: as palavras saem direto do coração para o papel.
Tomara que sejam úteis prá ele e representem bem o grande amor que lhe tenho.
Vida longa aos grandes amores!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ler


Dizer que ler é bom é chover no molhado. Isso todo mundo sabe, até quem não gosta e admite com um certo pesar na consciência.
Acontece que nesses dias de vida corrida, tempo cronometrado, só mesmo os amantes da leitura conseguem conservar o hábito.
Que sou uma ex-leitora voraz é uma verdade; que sou uma aprendiz no mundo da internet, outra.
Fascinada com as possibilidades que essa janela para o mundo me oferece, andei postergando até as leituras mais banais. Coisa de principiante, sabe. Quando todo mundo descobria as maravilhas da internet, eu relutava em abandonar o papel e fazia até uma carinha de pouco caso para o computador.
Eu sempre fui de achar que se algo tá na moda eu não vou usar ainda porque tá todo mundo usando, e eu detesto essa coisa de senso comum. Prefiro não usar ou usar um pouco depois, quando a febre já passou.
Com o computador, não deu outra. Quando minha irmã mais velha cantava em prosa e verso a internet, eu tinha receio. Achava que não era prá mim. Como os ignorantes podem ser tolos!
Nos dias de hoje não sou uma viciada, uma alucinada, mas já ando bem de mãos dadas com o mundo on-line, escancarando meu amor prá quem quiser ver (ou ler).
Acontece que tem amores que podem adormecer mas não morrem jamais.
Outro dia me aborreci tanto ao teclado, tudo me pareceu tão perto dos meus olhos, tão pronto, que desbundei!
Corri ao "Bruxo do Cosme Velho" (nosso velho e bom Machado) e levei-o prá cama, num ritual que tive durante muitos anos. E pude imaginar, percorrer as casas na minha mente, visualizar as mulheres com as dicas que ele me dava, saborear os passeios pelo Rio e até bonde eu peguei.
Aí lembrei que teclar é OK mas virar página é DEMAIS!!!
Simplicidade é tudo!

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Obrigada pela visita! Volte sempre!

Gentileza Gera Gentileza